Por Yud da Costa
As Quedas de Kalandula, situadas na província de Malanje, voltam a ganhar destaque como um dos principais atractivos turísticos de Angola. Com cerca de 105 metros de altura e mais de 400 metros de largura, as quedas estão entre as maiores de África e constituem um património natural de grande valor ecológico, cultural e económico.
O fluxo intenso de água que se precipita pelas falésias forma um cenário imponente, que tem atraído visitantes nacionais e estrangeiros ao longo dos anos. A paisagem, marcada pelo nevoeiro constante e pelo som contínuo da água, transforma o local num dos cartões-postais mais emblemáticos de Angola.
Localmente conhecidas por Kalandula, as quedas retomaram o nome após o período colonial, substituindo a antiga designação de Quedas do Duque de Bragança. Para as comunidades da região, o local representa não apenas beleza natural, mas parte da sua história e identidade.
Turismo em crescimento, comunicação ainda insuficiente
Apesar do aumento gradual no número de visitantes, especialistas apontam que a promoção internacional das Quedas de Kalandula ainda está aquém do seu potencial. A falta de infra-estruturas, serviços turísticos organizados e estratégias de comunicação contínuas limita o alcance do destino em mercados regionais e globais.

Profissionais do sector defendem a necessidade de campanhas consistentes em plataformas digitais, produção de conteúdos audiovisuais e integração das comunidades locais em iniciativas de turismo sustentável. A aposta em storytelling territorial tem sido um dos caminhos sugeridos para reforçar a presença de Kalandula no mapa turístico africano.
O turismo de natureza e aventura é actualmente um dos segmentos que mais cresce no mundo. Para Angola, que procura diversificar a sua economia e reforçar a imagem internacional, as Quedas de Kalandula representam uma oportunidade estratégica.
Analistas apontam que, com investimentos em acessibilidade, segurança, alojamento e comunicação integrada, o destino pode tornar-se uma referência continental, capaz de atrair visitantes de países vizinhos e de mercados internacionais emergentes.
Além do potencial económico, há preocupações sobre a manutenção do ecossistema da área. A pressão turística, quando não acompanhada de medidas de conservação, pode afectar espécies locais e comprometer a paisagem.
Por isso, organizações ambientais e líderes comunitários defendem programas de educação, gestão sustentável e envolvimento da população de Malanje na tomada de decisões. As comunidades locais têm sido parceiras importantes na protecção do local e na preservação das suas tradições ligadas às quedas. (Fonte: Giranoticias, wikimedia)