Home Destaque COMARP Talks discute papel da comunicação nas decisões corporativas

COMARP Talks discute papel da comunicação nas decisões corporativas

Texto: Benjamim Cristiano e Fastudo Chavana

O  Fórum de Comunicação, Marketing e Relações Públicas (COMARP Fórum), em parceria com a Vodacom, realizou, no dia 27 de Novembro, em Maputo, a segunda edição do COMARP Talks, subordinado ao tema “Por que a comunicação ainda não está na mesa de decisão?”.

Com o objectivo de promover debates e ajudar a desconstruir tabus no universo da Comunicação, Marketing e Relações Públicas, a segunda edição do COMARP Talks teve lugar no edifício-sede da Vodacom e contou com a presença do experiente jornalista, jurista e académico Tomás Vieira Mário como orador principal. O evento reuniu gestores e profissionais da comunicação do sector público, privado, agências de comunicação, académicos e estudantes.

Nesta linha, Vieira iniciou a sua intervenção apresentando alguns dados de uma pesquisa sobre acesso à informação no sector da justiça, no contexto moçambicano, cuja conclusão revela que ainda é complicado aceder à informação judicial. Segundo explicou, este cenário resulta do facto de os sistemas de comunicação neste sector permanecerem fechados. 

“Não é porque os profissionais desta área usam linguagem difícil, é que os sistemas de comunicação nestes sectores continuam fechados, apesar de haver gabinetes de comunicação e imagem”, apontou.

O auditório da Vodacom transformou-se num espaço onde o COMARP Talks tornou-se uma aula de sapiência e desabafo dos desafios enfrentados pelos gestores e profissionais do sector. 

Foi neste contexto que Lucrécia Nhabomba, técnica de comunicação afecta ao Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD), demonstrou a sua satisfação por participar de um workshop que permitiu renovar a auto-estima e adquirir novas técnicas para trabalhar com clareza e de forma assertiva como profissional de comunicação. Percebeu que a comunicação institucional, ou de qualquer sector, define a forma como as organizações se posicionam ou comunicam com o público.

“Quando a comunicação falha, todo o resto falha”, referiu. Em seguida, confessou: “Pude conhecer e fazer networking com pessoas do bem, o que significa que saio do evento munida de novas ferramentas”.

Ainda nesta rede de conversas, o académico e orador do dia mereceu o título “padrinho dos comunicadores”, reconhecimento pelo seu empenho na valorização e crescimento do sector da comunicação.

Na sequência, o orador vincou que “em muitas organizações a comunicação é tratada como um apêndice, um anexo”, explicando que continua fora da mesa de decisão. No mesmo registo, sublinhou a importância dos meios de trabalho e de um orçamento dentro de um gabinete de comunicação. “É preciso que a comunicação tenha lugar nas reuniões de administração e gestão da organização”.

Para Cláudia Manjate, Directora de Relações Governamentais e Engajamento Institucional da Vodacom, o evento foi uma oportunidade de alinhar o posicionamento estratégico da comunicação nas organizações. “O evento foi enriquecedor, onde os comunicadores e todos os presentes puderam aprender muito sobre o desafio de os profissionais da comunicação estarem na mesa de tomada de decisão das organizações”. 

A responsável pelas comunicações da Vodacom aproveitou a ocasião para recomendar a cada profissional, na sua área de actuação, a cultivar a diplomacia. “Devemos capitalizar o networking, porque é crucial fazer alianças. São os aliados que vão elevar a nossa voz, vão levantar a nossa bandeira e vão ajudar nas nossas lutas”. 

Para o fundador do COMARP Fórum, Edson Rufai, a sessão trouxe clareza, provocação intelectual e coragem para se olhar a comunicação além dos discursos formais. 

“Hoje criámos aqui um espaço seguro de desabafo, reflexão e discussão sem tabus, exactamente o que a COMARP defende: conversas que incomodam, mas que também constroem”, destacou.

Rufai acrescentou que o projecto COMARP Talks é uma rede de conversas que ”nos obriga a pensar o papel da comunicação na tomada de decisões e a repensar a forma como cada um de nós contribui para este ecossistema”. 

Sandra de Oliveira, estudante do segundo ano de Relações Públicas na Escola Superior de Jornalismo, foi uma das estudantes que manifestou interesse em participar do evento. “Tive interesse em participar porque o tema está muito ligado à minha área de estudo”, afirmou.

A possibilidade de aprender com profissionais experientes da área e com eles ter a oportunidade de fazer networking foi outro factor que moveu a estudante a participar do COMARP Talks. Na ocasião, explicou: “pude perceber que a comunicação é um processo muito delicado, que não pode ser deixado para o último plano”.

Num outro momento, Cláudia Manjante revelou que a Vodacom sente-se desafiada a transformar este tipo de conversa e reflexão  numa iniciativa anual.

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